Todos nós, seres humanos, desenvolvemos no início
de nossas vidas aquilo que conhecemos como ego. Ele constitui a dimensão de
nosso ser que atua no mundo material e realiza todas as tarefas e funções
inerentes à existência física.
No plano emocional, também somos direcionados pelas
crenças e contradições que o ego nos apresenta. E, aos poucos, passamos a ser
totalmente direcionados por ele, reagindo de modo inconsciente a maior parte do
tempo.
Observar nosso comportamento direcionado pelo ego é
algo bastante interessante. Se conseguirmos focalizar nossa atenção nesse jogo,
pois é nisto que o ego consiste, num faz-de-conta, que tenta o tempo todo dar
aos problemas e circunstâncias da vida uma dimensão muito maior do que a real.
Muitas das questões pelas quais nos debatemos em
desespero poderiam, se nos focássemos nelas com a isenção necessária,
transformar-se em algo de simples solução.
Entretanto, nossa tendência predominante é a de
tornar os fatos objetivos em questões de vida ou morte. Enquanto não
compreendermos a dinâmica que governa nossa vida, ou seja, que o ego se
alimenta de problemas e fortalece o seu domínio sobre nós a partir da nossa
insistência em cultivá-los, seguiremos escravos da ansiedade e da depressão,
dependendo de drogas e outros meios artificiais para alcançar a paz.
Só que esta será uma paz ilusória, pois não teremos
eliminado a raiz de nossas angústias, mas apenas anestesiado a dor. Aprender a
olhar para nossos problemas, tendo a consciência de que eles são ilusões criadas
pela falta de confiança em nosso próprio valor, é o primeiro passo para que a
mudança possa começar a acontecer.
A seguir, é preciso deixar que uma outra dimensão,
totalmente ignorada pela maioria de nós, possa enfim expressar-se, – a
consciência crística, que consiste na absoluta certeza acerca de nossa origem
divina.
Quando alcançamos esta percepção, a vida se torna
muito mais leve, pois deixamos de resistir aos acontecimentos, e passamos a
aceitá-los e a fluir com eles, na certeza de que a vida sempre nos trará o
melhor.
O problema é um tônico para o ego. O ego só pode
existir quando existe luta, lembre-se – quando ele luta. Quanto maior o
problema maior o desafio. E com o desafio surge seu ego, ele paira nas alturas.
Você cria os problemas. Eles não existem.
Os mestres verdadeiros dizem: Por favor, veja o que
você está fazendo, que bobagem você está fazendo. Primeiro, você cria um
problema, depois você vai em busca de uma solução. Apenas veja que você está
criando o problema, exatamente no princípio, quando você estiver criando o
problema, essa é a solução – não o crie!
Mas isso não lhe agradará porque, então, você está
subitamente voltando para si mesmo. Nada para fazer? E você está profundamente
cansado, vazio, tentando preencher-se com qualquer coisa.
Você não tem nenhum problema; somente isso precisa
ser entendido. Agora mesmo, você pode deixar todos os problemas porque eles são
criações suas. Dê outra olhada nos seus problemas: quanto mais profundamente
você olhar, menores eles parecerão. Continue olhando para eles e aos poucos,
eles começarão a desaparecer. Prossiga olhando e subitamente você descobrirá
que há uma vacuidade. Uma bela vacuidade lhe cerca. Nada para fazer, nada para
ser, porque você já é isso.
Iluminação não é algo a ser alcançado, é somente
para ser vivido. Quando digo que alcancei a iluminação, estou simplesmente
dizendo que decidi viver isso. Já chega! E desde então tenho vivido-a. É uma
decisão de que agora toda essa besteira de criar problemas e encontrar soluções
acabou. Toda essa bobagem é um jogo que você está jogando consigo mesmo: você
mesmo está escondendo e você mesmo está procurando, você é ambas as partes.
Você pode encontrar a si mesmo agora porque é você
que está escondendo. Não crie problemas desnecessários para você. E o
entendimento descerá sobre você se você observar como você torna um problema
cada vez maior, como você o engendra, e como você ajuda a roda a girar cada vez
mais rápido. Assim de repente, você está no topo da sua miséria e você está
necessitando da simpatia do mundo inteiro. O ego precisa de problemas. Se você
compreender isso, na própria compreensão as montanhas viram montículos
novamente, e então os montículos também desaparecem. Subitamente há vacuidade,
pura vacuidade por toda parte. Isso é tudo o que a iluminação é – um profundo
entendimento de que problemas não existem.
Assim, sem nenhum problema para resolver, o que
você vai fazer? Imediatamente você começa a viver. Você irá comer, irá dormir,
irá amar, irá bater papo, irá cantar, irá dançar. O que tem mais para fazer?
Você se tornou um deus, você começou a viver!
Se as pessoas pudessem dançar um pouco mais, cantar
um pouco mais, serem um pouco mais malucas, a energia delas estaria fluindo
mais, e os problemas delas irão desaparecer aos poucos.
Quando você dança chega um momento que o seu corpo
não é mais uma coisa rígida, se torna flexível, fluido. Quando você dança chega
um momento quando sua fronteira não está mais tão clara; você se funde e se
dissolve com o cosmos, as fronteiras ficam misturadas. Assim você não cria
qualquer problema.
Viva, dance, coma, durma, faça as coisas tão
totalmente quanto possível. E lembre-se sempre: quando você flagrar a si mesmo
criando algum problema, dê o fora dele, imediatamente.
Elisabeth Cavalcante é Taróloga, Astróloga, Consultora
de I Ching e Terapeuta Floral.
O nosso ego será em meu entender uma bitola - medida - que nos faz viver segundo os padrões de vida correctos.
ResponderExcluirSuportamos as dores e o desgosto com firmeza e não atacamos os outros.
O nosso ego ajuda-nos a ser pacientes para alcançar os nossos objectivos.
oi minha amiga,
ResponderExcluiracho que vou precisar ler mais e mais vezes...
o meu ego anda focado em uma unica faceta...
beijinhos
Olá Maria José; excelente texto....
ResponderExcluirCumprimentos