DESERTOS

Há quem diga que viver é atravessar desertos. Sol escaldante, areia abrasadora, mas também oásis, sombra, fontes e repouso.
Deserto, – o que sabemos sobre seus desafios, encantos e segredos?
Vazio, imensidão e Silêncio. Tempestades de areia, calor abrasador. Oásis e repouso.
Onde o tempo é abolido, o espaço perde os limites. Onde o espaço não tem limites, o tempo é abolido.
Assim o deserto nos conduz às fronteiras do tempo-espaço.
A caminhada através do silêncio, em direção ao infinito e ao sem-limites de si mesmo, não é uma empreitada de aniquilamento.
Este caminhar, esta travessia, reata os laços com aquilo que temos de Eterno. O Eterno que se acha velado pelas ocupações e preocupações do tempo.
E o que sabemos sobre o Eterno que se acha velado pelas ocupações e preocupações do tempo?
O que significa estar presente, participar por este breve instante que seja das dores e das alegrias do mundo?
“Como uma folha de lótus que não pode ser molhada, aquele que se liberou de seus desejos não pode ser maculado pelo mal.” (Bhagavad Gita)
A capacidade de repelir água e emergir limpo de águas turvas levou os indianos a eleger o lótus como um dos símbolos da pureza espiritual.
Alheia ao ambiente que a rodeia, a flor de lótus ergue-se radiante e bela, a espargir encanto e frescor pelo mundo.
Aproveitar os breves e incertos dias e horas que nos são concedidos para refletir sobre o significado do Amor, da Caridade, da Bondade, da Pureza de Coração, e de tantas outras virtudes que devemos procurar vivenciar e cultivar.
Ontem chegamos, amanhã partiremos. O dia de hoje é uma oportunidade ímpar para, mediante a prática do bem, nos elevarmos, evoluirmos.
Tal qual a flor de lótus, emergir, livres de tudo aquilo que não nos pertence, rumo ao melhor de nós mesmos.
Fazer do tempo um aliado, um mestre, um amigo.
Em meio à crise que assola o mundo, acolher a luz que transfigura o coração e que é capaz de iluminar os mundos.
“Escolhe a vida e viverás.” (Bíblia Sagrada)