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sábado, 11 de fevereiro de 2012

A PALAVRA DA INOCÊNCIA



Quase sempre acreditamos que as crianças não entendem o que acontece ao seu redor. Tomamos decisões, inclusive a respeito de suas próprias vidas, sem nos importar com seus sentimentos.
Assim acontece nas separações conjugais, em que se decide com quem ficarão os filhos. Assim é quando se decide mudar de residência e até mesmo quando se opta por transferi-los de uma para outra escola.
No entanto, as crianças estão atentas e percebem os acontecimentos muito mais do que possamos imaginar.
A jornalista Xinran que, apesar do regime de opressão e abandono que viveu na China, manteve um programa de rádio, em Nanquim, conta uma história singular, em seu livro: As boas mulheres da China.
Havia uma jovem que se casou com um rapaz muito culto e de projeção política na China. Durante três anos, pelo seu status, ele foi estudar em Moscou.
Ela viveu anos de felicidade ao seu lado. Um casamento que foi abençoado com dois filhos. Era uma mulher de sorte, comentava-se.
Então, exatamente no momento em que o casal se alegrava com o nascimento do segundo filho, o marido teve um ataque cardíaco e morreu, repentinamente.
No final do ano seguinte, o filho mais novo morreu de escarlatina.
Com o sofrimento causado pela morte do marido e do filho, ela perdeu a coragem de viver.
Um dia, pegou o filho que restava e seguiu para a margem do rio Yang-Tsé. Seu intuito era se unir ao marido e ao bebê na outra vida.
Parada à beira do rio, ela se preparava para se despedir da vida, quando o filho perguntou, inocentemente: Nós vamos ver o papai?
Ela levou um choque. Como é que uma criança de cinco anos podia saber o que ela pretendia fazer?
E perguntou: O que é que você acha?
Ele respondeu: É claro que vamos ver o papai! Mas eu não trouxe o meu carrinho de brinquedo para mostrar para ele!
Ela começou a chorar. Nada mais perguntou. Deu-se conta de que ele sabia muito bem o que ela pretendia.
Compreendia que o pai não estava no mesmo mundo que eles, embora não fizesse uma distinção muito clara entre a vida e a morte.
As lágrimas reavivaram nela o instinto materno e o senso de dever.
Tomou o filho no colo e, deixando a correnteza do rio levar a sua fraqueza, retornou para sua casa.
A mensagem de suicida que tinha escrito foi destruída.
Enquanto fazia o caminho de volta ao lar, o menino tornou a perguntar: E então, não vamos ver o papai?
Procurando engolir o pranto, ela respondeu: O papai está muito longe. Você é pequeno demais para ir até lá. A mamãe vai ajudá-lo a crescer, para que você possa levar para ele mais coisas. E coisas muito melhores.
Depois disso, ela fez tudo o que uma mãe sozinha pode fazer para dar ao filho o melhor.
As crianças não são tolas. E muito mais do que possamos imaginar permanecem atentas, em especial a tudo que lhes diga respeito.
Percebem os desentendimentos conjugais, as dificuldades domésticas, a ponto de ficarem enfermas.
Por tudo isso, preste mais atenção ao seu filho. E, sobretudo, fale com ele sobre as dificuldades e sobre as soluções possíveis.
Não o deixe crescer ansioso e triste. Ajude-o a viver no mundo, seguro e firme.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. “A catadora de lixo”, do livro “As boas mulheres da China”, de autoria de Xinran, ed. Companhia das letras.

Enviado por Jorge do blog Nectan Reflexões e foi aqui postado, por ser pertinente à proposta do Arca.

10 comentários:

  1. MARIA JOSÉ:

    Apesar da maioria dos pais, cria e educa os filhos como se fossem "ADULTOS MIRINS" e não o são, a ponto de:
    "As crianças não são tolas. E muito mais do que possamos imaginar permanecem atentas, em especial a tudo que lhes diga respeito.
    Percebem os desentendimentos conjugais, as dificuldades domésticas, a ponto de ficarem enfermas", amor. Bjs. Roy Lacerda.

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  2. Verdade,se observarmos veremos o quanto uma criança sabe e o quando podemos aprender com ela.Bjs!

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  3. Querida Maria! bela mensagem. Como é importante amar, cuidar de uma criança. Pois ela tudo vê, tudo sente. Eu costumo dizer que são anjos e estão sempre nos observando. Obrigada pelo belo texto! Bjos e exelente domingo.

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  4. Uma mensagem rica e oportuna neste tempo em que muitos pais procuram comprar o amor dos filhos, tornando-os egoístas e de vidas vazias.

    De há uns dias até agora tenho sentido esta preocupação. As crianças são maravilhas que Deus nos oferece e que esperam pelos pais para crescerem e se realizarem.
    Dizem aqui que os bebés entendem e escutam os pais quando ainda estão na barriga das mães.
    Mais tarde eles tornam-se participantes plenos da família e devem ser entendidos e amados percebendo muito mais do que os adultos julgam possível.
    Uma história comovedora.

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  5. Olá Maria José querida,
    Linda e emocionante essa história. Há um livro, cujo autor não lembro o nome, que tem por título "Nossos filhos são espíritos".
    Este livro é maravilhoso e nos ensina o grande potencial de espiritualidade que há em todos nós, inclusive nos bebês e nas crianças, posto que elas nos surpreendem com perguntas que nos deixam a pensar em como responde-las.
    E mais: muitas coisas aprendemos com elas, tal como o fato narrado na história. Bela postagem! Parabéns, amiga.
    Quero convidá-la a conhecer meu novo blog, o RECANTO DA POESIA, onde ensaio alguns trabalhos poéticos.
    Ficaria muito feliz com sua honrosa presença e seu prestígio.
    Um bom domingo e um carinhoso beijo para você, amiga.
    Maria Paraguassu.

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  6. Menina que historia comovente!
    Tenho uma baixinha e sei que isso é verdade... e ela me ajuda muito a levar a vida, em muitos momentos acho que não vou aguentar!
    beijos

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  7. É uma grande verdade querida, engana-se quem pensa que as crianças não entendem nada. Elas são muito mais atentas do que imaginamos, portanto há de sempre as considera-las sim, pois a maneira delas, de acordo com a faixa etária, tem seu próprio entendimento.
    Beijinhos e bom finalzinho de domingo amiga
    Valéria

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