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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

PERFIL DO OTIMISTA


Quando as andorinhas, bailarinas ligeiras, dançam no ar, coloridas pelos últimos raios do sol poente, o suave calor da primavera anuncia a chegada alegre das flores e da renovação da vida.
Arrebentam-se as fendas dos velhos muros e morros cansados, deixam que os vegetais surjam em variado verdor e os campos largos se exibam com matizados em festa inigualável.
As mãos mágicas do Celeste Pintor saem derramando tintas e perfumes embriagadores em todo lugar, confirmando seu inefável amor pelas Suas criaturas.
Os córregos cantam com as águas apressadas e as cachoeiras arrebentam cristais nas pedras resignadas, que os recebem felizes.
Revoadas de aves alegres, incessantemente bordam os céus com imagens sucessivas de beleza incomum.
A primavera é o otimismo da natureza cantando o poema da sensibilidade de Deus.
Enquanto se repetir, a aliança de amor permanece entre o homem descuidado e o Criador, sustentando a esperança.
Apesar disso, muitas criaturas desanimadas, deixam de fitar a claridade do dia primaveril, mergulhadas na noite de suas paixões.
Preferem olhar o chão onde permanece o lodo, a contemplar o alto onde fulguram as estrelas. Por isso tornam-se torpes, amarguradas, perturbadas.
A vida humana, qual ocorre com a da natureza, passa por quadras variadas que se sucedem em ordem de grandeza, servindo uma de base à outra, indispensáveis a harmonia de conjunto.
A noite que convida ao repouso, enseja a reflexão para o dia, que propicia a ação.
O inverno que parecia destruidor, também enseja a preservação da energia que surgirá com estrondo de vida na primavera.
A criatura humana é o mais grandioso investimento de Deus na Terra, e ser otimista quanto ao futuro, mesmo que haja dificuldades no presente, é o mínimo que lhe cabe, como afirmação da sua realidade e gratidão ao seu Criador.
Quem pretende conservar tristeza no coração, encontrará sempre motivos falsos para sustentá-la, acalentando a queixa, cultivando a desdita e nutrindo-se da insatisfação.
O otimismo é gerador de adrenalina, que estimula o sangue, impulsionando ao avanço, à alegria fomentadora da ação.
Cultivando-o nos sentimentos, adquire-se visão para penetrar o lado oculto ou sombrio das ocorrências e entusiasmo para não desfalecer ante os primeiros insucessos da marcha, prelúdios das vitórias futuras.
Quem não possui capacidade para sustentar com valor os embates malogrados, não tem condições para viver as grandes e decisórias batalhas.
Nos céus dos que amam e confiam em Deus com otimismo, sempre haverá andorinhas bailando em prenúncio de gloriosas primaveras.

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